No momento em que escrevo a Lua nasce no horizonte da minha cidade. Sanguínea porque crescente, Fleumática porque no signo do Lacrau. Entre um e outro temperamento: a umidade, a flor da pele. Lua no terceiro signo a partir do Sol, jubilada de seu ponto de vista, fortíssima. Esse fim de semana definitivamente “bateu”. Quando comecei a fazer análise há uns 6 ou 7 anos, eu dizia que cuidar da própria cabeça era igual dirigir: tem que fazer por si e pelos outros. Deusa, multiplica o ser humano analisado! Mas como o mapa gira e vacilão roda já provei do próprio veneno. Tem semana que se encarar é cada esfrega que realmente, como diz o Ventania, só para loucos isso é só para loucos, caretas não. Mais forte e sensível que o de costume, a Lua em Escorpião ainda veio disposta por um Marte em Áries. Só para loucos nesse caso equivale dizer: só para as fortes. O fato é que pode até doer, mas eu não troco esse mergulho por nada. Verificar o esgoto, expurgar o veneno, lavar a alma. Atividades tão necessárias que a Lua a elas se dedica pelo menos dois dias por mês. Quando a gente faz as pazes com o trabalho emocional a Lua em Sagitário deixa de significar livramento e passa a ser agradecimento pelo período anterior. A Lua faz um trígono com Saturno consolidando a labuta dos últimos dias e, em seguida, um sextil com o Sol em seu último dia em Virgem, ali se ouvem, se organizam, sedimentam. Às 16h30, de tanto ir fundo, a Lua vira do avesso. Lua em Sagitário não faz aspecto com ninguém até de madrugada. Tipo a letargia de sábado mas o contrário. Como cair só que pra cima. Em Raul Seixas vamos de “Check Up” para “Profecias”, porque nessa tarde tão calma o tempo parece parado?
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