Hoje Mercúrio abandona a veste ponderada da Vênus e assume posição: a inferior. Na roupa de Marte lhe assenta uma armadura pra proteger sua umidade dos raios solares. Vai bem, se possível, garras, veneno e ferrão. A esperteza é colocada em função de um único objetivo: vencer. No campo de futebol, Pelé e Maradona. Nas letras, as palavras de Belchior que são navalhas e faz com que ele não possa cantar como convém, sem querer ferir ninguém. Na ciência humana, Michel Foucault que traz em seu mapa natal um Mercúrio em Escorpião jubilado porque em seu ascendente. Mercúrio é a linguagem, Escorpião é o poder no seu cerne, a decisão sobre a vida e sobre a morte. Sua primeira obra, “O Nascimento da Clínica”, mostra uma profunda transformação na linguagem operada no interior de uma nova ciência: a medicina científica, aquela que só é possível com a lâmina e a anestesia do Escorpião. Sua principal tese: é dentro dessa classe eminentemente poderosa que se estabelece um discurso, uma verdade, que como toda é questão de poder e cuja aplicação se desdobra das grandes estruturas até o mais pequeno detalhe. Mercúrio Foucault de hoje até dia 1 de dezembro, com um pequeno passeio pra tomar um ar em Libra entre 27 de outubro e 10 de novembro. Prepara o bisturi, o menino vai fundo.