Impossível esquecer o episódio sobre o signo de Virgem do Astrologuês Podcast. Quando perguntado sobre por que a Virgem oferece queda à Vênus, Bruno Ueno respondeu prontamente: a Virgem quer certeza e se apaixonar é entrar numa piscina sem saber se ela tem borda. Imagem digna de um pesadelo lindo. O véu e a grinalda, o altar, o príncipe em seu cavalo branco, se apaixonar à primeira vista e viver felizes para sempre. Acordar da inesquecível noite de núpcias, com a pele impecável, cabelo penteado. Ser recebida com um café da manhã na quilométrica mesa do castelo encantado. Sabe esse sonho de princesa? A Vênus em Virgem nunca teve e nem entende como alguém pode achar que ele existe. Quem foi que fez esse café? Não temos empregados. Esse castelo, a propósito está bem mais parecido com meu dois cômodos dos fundos. O aluguel foi uma pexinxa. Essa parede tá precisando de mais uma demão. O amor é uma sequência de erros, um ou outro acerto, um encontro dentre tantos, um detalhe. Amor não é de pegar, não é ideal, não é sentimento cristalizado e permanente. Amor é ação. É cotidiano. Demonstração. Na triplicade da terra, a Vênus diz que amor e arte são corpo, dedicação, troca, tempo, trabalho e pé no chão. A mão naquilo, aquilo na mão. Esse cacho perfeito, essa pele sedosa, esse hálito de menta ao amanhecer não se fizeram em um passe de mágica. Abre a revistinha da Avon por que a pele não se hidratará sozinha. Vênus em Virgem, amor real até dia 27 de outubro.