No instante em que escrevo, a Deusa atinge seu auge em luminosidade da Lunação do Sagitário, a Cheia. A cena acontece perto da meia noite e direciona nosso olhar para o topo do céu. A Lua tronada, em sua zona de conforto, na plenitude de suas funções maternais desafia o Sol que, este mês, traja signo a ela oferece exílio. A Cheia da Lua no Caranguejo é uma das celebrações mais lindas da vida e ocorre uma vez ao ano, entre dezembro e janeiro. Hoje, coincidentemente ou não, ela acontece no dia do aniversário da minha mãe, Tânia Regina Ribeiro, cujo céu de 29 de dezembro de 1968 coroou seu nascimento com uma Lua em Touro, dignificadissima como a de hoje, uma mãe para se amar brilho nos olhos e mel na boca. Hoje comemos e dormimos juntas. Ouvi história de partos, de nascimentos, de maternidades. Falei pra vó que, estando os óvulos da mãe prontos em seu útero, um dia, uma parcela minha, também habitou o seu interior. Não é sempre que a Deusa transbordante em signo tão prolífero me dá o presente de estar perto do cheiro da minha mãe, mas toda vez que ela por ali passa me faz ter essa vontade. Hoje, amanhã e quinta são dias de visitar as nossas origens, identificar tudo aquilo que nos compõe em carne, osso, suor e histórias. Feliz aniversário, minha mãe, na virada do ano a Lua já estará em Leão. Te desejo uma vida sempre dourada como os girassóis que você tão carinhosamente enfeitou sua casa no dia de hoje. Te amo.
📸 1. Meu aniversário de 2 anos, Mairinque.
📸 2. Eu e mãe no mar.
📸 3. Mãe na festa de Iemanjá, Salvador, 2019.