No instante em que o Sol nasce na cidade de Brasília a Lua se encontra em sete graus e trinta e oito minutos de Sagitário.

No instante em que o Sol nasce na cidade de Brasília a Lua se encontra em sete graus e trinta e oito minutos de Sagitário. Se alinha, portanto, a uma estrela gigante e vermelha chamada Antares, anti Ares, aquela que rivaliza com Marte em fervor e bravura. Estou num meio de mato cujo céu é de tirar o fôlego. É assim que devia de ser antes da proliferação das luzes artificiais, não mais do que duzentos anos atrás. No dia afora e na noite adentro tudo o que se tem ao redor é o céu em quase igual proporção à faixa de terra que os olhos alcançam. Ontem, ao dirigir os olhos para a Lua, vi Marte logo ao seu lado esquerdo. Sua cor alaranjada se destaca no prolífero céu prateado. Em seguida me dei conta de que a Lua está em Sagitário enquanto Marte está em Leão, distância de 120 graus, não podia ser. Antares! Gritei na rua mas não espantei ninguém porque ninguém por perto havia. Bem que disse Manilio, aquela que rivaliza com Marte. Agora, ao raiar do dia, a Lua finalmente com Antares se encontra e o dia se inicia repleto dessa chama e essa coragem vermelha. Assim como Dilma e Erundina, quem tem essa estrela vermelha no mapa enfrenta um batalhão e nunca se entrega ao inimigo.