A Lua se exalta em Touro como se fosse possível encontrar um porto seguro para atracar as correntezas marítimas. Ontem o céu ganhou uma das mais importantes escritoras, intelectuais, feministas e ativistas negras da atualidade. Bell hooks encantou-se numa carona na carruagem da Deusa. Do lado de cá permanecemos admirados, embasbacados, encantados. O prazer foi todo nosso, Vênus. Uma mulher de Sol, Mercúrio, Saturno e Vênus em Libra, o signo do amor. Uma mulher de Marte e de Lua em Sagitário, uma pessoa de fé que acreditou e nos fez acreditar no corpo, na festa e na revolução de fora pra dentro e de dentro pra fora e que defendeu suas convicções e o seu estudo da frígida academia branca, neutra, patriarcal e indiferente. Lua e Marte estes que prestam serviços a Júpiter, o professor. Um Júpiter em Touro. A teoria que alimenta, que acolhe. O verbo que se toca com os dedos, as palavras que abraçam. Fiquei na cabeça o que uma amiga negra muito querida disse: “ela me curou de tantas jeitos e maneiras”. É isso. Bell hooks é uma curandeira. Tira leite de pedra. Faz magia com as letras e tudo isso numa generosidade de encher os olhos. Que sorte a nossa.
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A Lua segue em Touro fazendo um trigono com a Vênus em Capricórnio que eu carinhosamente chamo de Vênus Literária. O cortejo celeste segue até o pôr do Sol em Brasília quando a Lua vai para Gêmeos e reconhece Marte, seu inimigo, à quem desafia em reveldia e erguendo a voz.