Há alguns dias não escrevo. O recesso, não é mesmo? Astróloga é uma operária do céu. Às vezes se cansa. Às vezes descansa. Às vezes faz plantão e, muito mais do que se imagina, horas extras. Dias, meses, anos em forma de banco de horas que nunca serão descontados e Deus me livre me tirarem o céu da vista. A vantagem é que astrólogo não tem pátria e nem patrão. Tem, ao contrário, e como qualquer outro sobre a terra, uma encruzilhada entre o tempo e o espaço e ali se diverte como pode encantando a vida pra suportar a sua dureza. Depois de cinco dias que valeram por cinco anos em abraços, encontros e aprendizados, em três diferentes estados, olhei para o céu para ver qual a boa nova deveria cantar a vocês. A Lua, por coincidência diriam os ateus, está cravada no mesmo grau do meu ascendente, os 12 do Leão e dali faz uma oposição a Saturno em Aquário. O aspecto tem tom de desafio, mas a característica camaleonica da Deusa a faz emprestar as armas de seu próprio opositor. Toma a forma do tempo, toma para si a foice que tudo termina, que tudo finda, que tudo extermina. Essa na foto sou eu de juba curta, vestido vermelho Marte, fundo muro azul Medusa. Em uma mão a foice, em outra um copo amarelo, a cor da firma. Sandálias verdes sustentam meus sessenta e cinco quilos distribuídos por um metro e sessenta e três de altura. Minha face revela o insucesso na tentativa de me passar por maléfica. Eu sou assim. Brincalhona e séria. Legal e chata e acho que todo mundo devia dizer o signo seguido do signo de sua mãe. Eu, por exemplo, sou canceriana com mãe em Capricórnio. Sou mole, mas sou dura. E vocês?
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Foto da @prysciladas 🙂