Hoje é quarta feira, dia de cinzas. A Lua já está em Peixes de onde visualiza seu amado Sol aos 12 graus desse oceano que chamamos céu. A cerimônia é conduzida por Júpiter aos 14 graus onde se alinha a Achernar, Al Ahir al Nahr, o “fim do rio”, aquele do qual se bebe a água do esquecimento antes de reencarnar. Algumas coisas são fortes demais para serem identificadas. Algumas lembranças, insuportáveis para se seguir adiante. Saturno e Mercúrio na casa 8 da Lunação que se inicia hoje às 14h34 representam essa morte. O encaminhamento do espírito ao reino de Hades.
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O Sol na casa 9 se jubila como uma bússola em alto mar, como farol a aportar navios, como o profeta e legislador Moisés ao abrir caminho pelo mar vermelho. A sua luz, hoje, não é branca, mas lilás, cor de rosa, furta cor, verde, vermelho, terracota. Os caminhos se multiplicam como um caleidoscópio abrindo e fechando as portas da percepção em uma experiência lisérgica, litúrgica, mística e religiosa.
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É tempo de se deixar guiar pelas águas. De ter coragem para se deixar levar. De nadar conforme a corrente dos sentidos. De confiar no corpo, na intuição, nas lembranças e, principalmente, nos esquecimentos de tudo aquilo que impede nosso rio de fluir terra abaixo, vida afora, destino adentro.
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Quem não ouviu, ouça Astrologuês Podcast. Ouça o mapa astral do LSD, aquele que tem Achernar em seu mapa natal. Ouça sobre o signo de Peixes com a @faetusa_ que traz consigo esse ascendente e esse Júpiter da Lunação que hoje se inicia.
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Se não me falha a memória.
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Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
El día le irá pudiendo poco a poco al frío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema.
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A arte do post, essa dádiva quinzenal da @caminha.camila_ . Sorte!