Hoje é Sábado, dia de Saturno. No instante em que escrevo o Sol ascende no horizonte da minha cidade sob o signo de Capricórnio acompanhado de Mercúrio, Júpiter e o próprio Saturno, todos com a veste da Cabra. A Lua, por sua vez, segue no signo de Áries fazendo quadratura com todos os caprinos celestes. É treta como ontem e anteontem, mas às 13h15 a peleja dá espaço para o descanso. Um mirante, uma vontade incontrolável de pastar dois dias seguidos. Com a Lua em Touro deixamos de caminhar só por obrigação e percebemos que subimos porque vai ser gostoso e lindo. Já pensou nisso? Tanto esforço pra olhar um pedaço de rocha lá do outro lado. Paramos, vemos e seguimos gratos por ver uma pedra ou duas. Pensando por um lado é ridículo, mas por outro é totalmente compreensível. Assim é o diálogo entre os Luminares nos signos da Cabra e de Touro hoje. O pragmatismo e a literalidade de Capricórnio encontram o prazer e o encanto da Lua em Touro. Pra que serve isso? Pra sentir. É estranho, mas ao mesmo tempo, a sensação diante da beleza é tão concreta que a Cabra a recebe com respeito e compreensão. Touro é a exaltação da Lua e o domicílio de Vênus. Quando a Lua ali transita buscamos aconchego, prazer, descanso, o agora, o corpóreo, o estar. O deleite físico que pode nos aliviar da ansiedade e da angústia, do devir, do não estar. Hoje a Cabra da uma trégua. É permitido inventar, como a Lua, adocicar com a Vênus. Olha aquelas duas rochas. Tão lindas. Sinuosas. Gostosas de se ver. Vontade de deitar. Vontade de comer.
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“Por que não posso
Pontilhar de inocência e poesia
Osso, sangue, carne, o agora
E tudo isso em nós que se fará disforme?”
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Hilda Hilst.
Bom dia!
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