A semana começa com as deusas mais secas do que o agreste. Lua em Capricórnio e Vênus em Virgem como no dia do nascimento de Graciliano Ramos de quem emprestamos a citação da imagem, o cabra materialista, e as que seguem.
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O cabra romântico:
“Toda a minha alma estava empregada em adorar Luísa. E Luísa havia subido tanto que muitas vezes me surpreendi a confundi-la com a estrela amável que avultava em cima do morro, na antevéspera. Altair? Aldebarã? Não conheço as estrelas. Nem conheço as mulheres. Que será Luísa? Que haverá nela? Não sei”
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O cabra que disfarça:
“Sonho do meu poeta”? Que é lá isso? Quando me chamaste romântico, perguntei-te por brincadeira se não ias chamar-me também poeta. Pensarás acaso que eu, quitandeiro e homem de ordem, me entregue a ocupações tão censuráveis?”
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O cabra sem jeito:
“Fiquei lendo o romance, péssimo romance, enquanto a tipinha se mexeu entre as roseiras. Notei, notei positivamente que ela me observava. Encabulei. Sou tímido: quando me vejo diante de senhoras, emburro, digo besteiras”
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O cabra seco:
“A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste”
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Bom dia, minhas cabrinhas trabalhadoras!
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Sabia que tem um episódio de podcast todinho sobre o mapa astral do Graciliano Ramos com a historiadora @gabionery? É só acessar o link que está na bio!