A sexta feira começa com a Lua em Leão, o signo solar da Deusa Madonna. Durante a tarde, vai para a Virgem, o signo lunar da Diva das Divas. Ao adentrar o signo de terra, a Lua se opõe à Vênus, a dona do dia, que está linda como há muito não se via. A Lua no signo que oferece queda à Vênus lhe olha nos olhos como quem a desafia. A Vênus, por sua vez, acha uma delícia. Mas mesmo cheia e em Virgem, melancólica por fase e signo, a Lua é Lua, é fleumática de nascença, sensível e receptiva. Não titubeia por mais de alguns segundos, se encontra, se encanta, toma a forma do amor e sobre ele se põe a versar. A Virgem ela mesma tem o seu jeito de ser sexy. Um jeito não óbvio, não simples, não direto. Tem qualquer coisa ali que hesita, excita, instiga. Uma linha tênue entre o sagrado e o profano. Um pecado. Um crime. Sobretudo contra a razão. Contra qualquer sentido ou razoabilidade. Nauseada de amor, a Lua segue seu rumo e antes do amanhecer se opõe ao Sol, ele também em Peixes enamorado da mesma Vênus que distribui encantos sob a sua orbe. A Lua Cheia em Virgem é um contrassenso. O signo do detalhe vestindo uma cheia é uma obscenidade, uma completude transbordante, um excesso, um constrangimento. Mas justamente nessa ambiguidade, nesse descompasso desconcertante é que mora a Virgem, o seu detalhe, a sua vírgula, o dente levemente separado da Madonna, a sua pinta.
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Like a virgin, hey
Touched for the very first time
Like a virgin
With your heartbeat
Next to mine
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