A singela foto tirada do meu samsung e da janela do hotel na Cidade do México nem de perto pode captar a beleza da conjunção dos benéficos

A singela foto tirada do meu samsung e da janela do hotel na Cidade do México nem de perto pode captar a beleza da conjunção dos benéficos que chega ao seu apogeu hoje, no início da noite da cidade de Brasília. Ao centro, com algum esforço, você consegue notar dois pontinhos. Um maior e um menor. A maior é a Vênus, ao contrário do que se pode imaginar já que sabemos que Júpiter sozinho tem o tamanho de todos os outros planetas reunidos. A distância ludibria assim como as luzes confusas de cidade, de céu, de lente, de fotógrafa. Não é mais noite e tampouco já é dia aqui de onde eu escrevo. Muito pelo contrário, é os dois ao mesmo tempo. É por isso que Mercúrio quando no ascendente diz-se em júbilo, estado de extrema alegria. É por isso também que é ele o patrono da astrologia. A astrologia é uma mesa em que tudo cabe, até mesmo a contradição, que tem seu lugar cativo na cabeceira da mesa. O céu também é cíclico como a nossa fome. Todo dia temos. Todo dia igual. Todo dia nos orienta, todo dia nos move. A Lua e o Sol também se encontram hoje ao longo da tarde. No signo de Touro, que é a veste da Vênus. Vênus, por sua vez, transborda úmida volúpia junto a Júpiter aos 27 graus de Peixes, o ponto máximo da sua exaltação. Nem faço ideia de quando esse match nesse grau aconteceu outra vez. Em Peixes há mais ou menos 12 anos. Já a conjunção pura e simples dos dois benéficos aconteceu durante o Carnaval do ano passado, mas estávamos tão atribulados com 6 planetas em Aquário que nem prestamos atenção às particularidades. A próxima, só dia 2 de março do ano que vem, lá aos 12 de Áries. Mas nada disso faz sentido quando estamos diante de um orgasmo. Aliás, nesse instante, poucas coisas fazem mais sentido do que sentir. E esse sentimento a gente deveria ter sempre. Imagina estar sempre só vivendo o tempo presente? Se imaginou você já não está. O melhor lugar do mundo é aqui e agora. O deleite da Vênus e a impermanência dos Peixes me trazem isso. A antíscia da Libra, o equilíbrio difícil. A memória de peixe, o exercício da meditação, o tentar e tentar só existir, só estar.