Às 18h44 o Sol ingressará no signo do Caranguejo dando início ao solstício de inverno no hemisfério sul, o dia mais curto do ano, a noite mais longa. Como Câncer é signo que dá domicílio à Lua, o Sol quando por ali passa oferece louros à Deusa que, por sua vez reflete a sua luz e a face de todos os signos em um só mês. O Sol na roupa da Lua a ama e a ela se refere e se pergunta. Ela, por ser tão rápida e mutável, cada dia dá uma resposta diferente. Um humor. Um assunto. Um cuidado. Uma possibilidade. Quando alguém diz que é canceriane, o certo é que se responda com outra pergunta: mas e a Lua? Ela é quem dita as cartas do jogo. A Lua também é, no mínimo desde Aristóteles, a membrana que conecta a Terra a todas as outras esferas. No mapa, ela se jubila na casa 3, a da relação. A Lua faz tudo. O Sol na sua veste só pode ser sensível e afetuoso. E de Lua. Ou lunático. Ou Raul: “Luar é meu nome aos avessos, não tem fim nem começo, ó megera do amor”. Por ser signo de água e cardinal, o Caranguejo também sempre lembra o milagre da vida, a nascente de um rio, água que brota da terra, lugar de onde sai abundância que alimenta e nutre a todes sem distinção. Câncer é signo que oferece exaltação a Júpiter, o Grande Benéfico, porque é o útero do mundo onde tudo que se planta dá. Signo feminino, o ciclo menstrual, os 27 dias, a vida contada em semanas, a grávida, o recém nascido que a cada dia que se olha se parece maior como a Lua. Signo de provedores, Gilberto Gil e Elza Soares, pessoas-milagres que encantam e alimentam nossos corações. A capacidade de compreender o sentimento humano, se conectar, se envolver, receber e gestar. Quem transa sabe que molhada é sempre melhor, a água jorra por todos os poros, a vontade de abraçar aumenta, cresce, toma. A vontade de chorar também se apresenta e isso é muito bom. Se deixar tocar feito outras águas, as peixas @teresacristinaoficial que ilumina todas as nossas noites há dias. E recebe convidados. E se encanta. E canta. E chora. E ama. E enche nosso peito de afeto e conforto pra aguentar esses tempos tão duros. O fascismo seca cada gota. A Lua feita Teresa nos restitui ao anoitecer. É tempo das águas! Axé!
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