Desde de sexta feira o deus menino está na plenitude de suas funções.

Desde de sexta feira o deus menino está na plenitude de suas funções. As contradições, os erros e os maus entendidos se acirram. E aí vocês dizem: mas isso não é ruim? E eu respondo: não exatamente assim. Mercúrio inverte tudo e até mesmo o julgamento de valor sobre as coisas que existem. Sem erro, não há acerto. Sem ruído, não há explicação. Sem picuinha, não há resolução. Mercúrio em Gêmeos nos coloca em movimento intenso, mas como no fim de semana ainda a Lua se renovava, só ontem é que sentimos no corpo a sua entrada. Assistimos Aladdin fugindo dos guardas de Jafar e isso é sensacional. O contrário disso seria Mercúrio em exílio, mais longe possível do seu mundo, o Príncipe Ali, olha ele ali, Ali Abawa. Que reino é esse? Nem está no mapa. Ele performa uma nobreza que simplesmente não existe. Fala pelos cotovelos. Tenta ludibriar, mas fatalmente se atrapalha. Ele usa uma veste feita por Júpiter, o gênio da lâmpada. A roupa é incrível, mas muito maior do que pode segurar. A sua zona de conforto não é a comitiva de elefantes, tampouco as bailarinas, as tropas, as louças e os cristais. O seu mundo é a rua. A correria. A parceria. A trapaça. É ali que ele da aula. É ali que ele arregaça. É tempo de escalar muralhas com nosso macaco nas costas. De roubar frutas e joias no mercado. São dias de conquistar o pão de cada dia e de fazer do Barraco o nosso mais belo altar.