É o que dizem: nos menores frascos os melhores perfumes, nos menores frascos os maiores venenos. A Lua em Virgem que abre essa quarta-feira é o que podemos chamar de menores frascos. A Vênus, a quem ela se opõe, é o que podemos chamar de melhor perfume e também de pior veneno. Na história recente das micro coisas Virgem está sempre presente. Nos boticários, biqueiras e farmácias, o microscópio, a balança de precisão. Precisa. Exata. No detalhe que só ela vê, na alquimia que só ela é capaz, a fina técnica se confunde com magia. Nos primeiros anos da primeira grande conjunção de Virgem da era moderna, Friedric Sertürner criou a morfina a partir da papoula. Alguns meses antes da segunda grande conjunção de Júpiter e Saturno no signo de Virgem, em 1860, foi a vez de Albert Niemann isolar o alcaloide da coca, a cocaína, outro grande hit do século XX. Às vesperas da terceira grande conjunção virginiana, em 5 de julho de 1921, a Lunação de Câncer trouxe Júpiter e Saturno em Virgem para o ascendente da cidade de Rio de Janeiro. Esse é o mapa que você vê na imagem que acompanha esse texto. No dia seguinte, 6 de julho de 1921, o Congresso Nacional promulgou o decreto 4.294 criminalizando, pela primeira vez, coca, ópio e seus derivados no Brasil. Naquele dia a Lua em Câncer levou o recado de Júpiter, a lei, que estava aos 13 graus de Virgem, para Saturno, a instituição, que estava aos 19 graus de Virgem. Saturno disposto por Mercúrio, Mercúrio Retrógrado em Câncer buscando a raiz dos “venenos sociais”, Marte em Câncer sem poder fazer nada a respeito a não ser enxugar gelo. Sei que fui longe hoje, mas o levantamento de dados é trabalho de formiguinha e formiguinha é melhor quando a Lua está em Virgem, meticulosa, detalhista e, é claro, um cadim obsessiva.
