Estou arrebatada com a notícia sobre a sua morte como todos que me leem por aqui.

Estou arrebatada com a notícia sobre a sua morte como todos que me leem por aqui. Mas fuçando as maravilhas das suas fotografias é inevitável o sentimento de euforia. Gal vive. Seus olhos, sua boca cor vivíssima. A sua liberdade, esse substantivo feminino que ela me ensinou ser fruto do mais corajoso exercício. Conquistar a si mesma. Conhecer-se. Encarar-se. Com suas garras felinas que agarram a vida sem medo de tudo que ela tem a oferecer. Com seus braços abertos que expõem seu peito cheio de coragem e força. O seu canto. A sua prata. A sorte que é sua e também a nossa. O feitiço que você lança sobre cada verso e que os transforma como num passe de mágica em qualquer coisa com 3x mais vontade, libido e desejo. A sua paixão luminosa e iluminada que irradia feito Sol a pino, feito Lua Cheia, que envolve como os tambores, metais e arranjos, a multidão suada colada dançando, trocando, tocando, beijando, transando. GAL. Você vive dentro de cada mulher que experimentou essa ousadia de ser quem se é. Essas mulheres transbordantes de desejo, vontade, rebeldia e coragem. A nossa conquista é irreversível como o passo dos luminares que regem a sua vida. Meu luto se resignifica quando me lembro que defender apaixonadamente a nossa existência continua sendo a nossa maior revolução. Ficaremos aqui, seguiremos adiante tendo somente o nosso corpo e uma Gal pra cada coração.

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Eu vi a mulher preparando outra pessoa

O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga

A vida é amiga da arte

É a parte que o sol me ensinou

O sol que atravessa essa estrada

Que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar

Por isso essa força estranha…

Por isso é que eu canto, não posso parar

Por isso essa voz tamanha