*Mercúrio em Leão*

*Mercúrio em Leão*

 

Às 09h34, a dualidade Mercurial entra no signo de leão… Deus e o Diabo na terra do Sol. Depois de revirar as memórias subaquáticas, há de se ter peito para bancá-las – ou melhor, jubas – botar a cara no sol e deixar brilhar o que veio à tona, o que resultou do encontro com as águas.

 

A criatividade mercurial ganha uma firmeza diferente no Leão. A gambiarra ganha um banho de ouro: funciona e ainda brilha, freguesa! E não há quem duvide nem da beleza nem da funcionalidade. As palavras exalam confiança, quando cobertas de entusiasmo.

 

Mercúrio se encontra no signo que rege o coração e é regido pelo Sol, o planeta que dá nome ao sistema que vivemos. O próprio poder, o centro de tudo! O Sol é nossa referência, a certeza de um novo dia, o símbolo da esperança. Nem sempre vemos a luz da lua, mas no dia em que a luz do Sol faltar… melhor nem pensar. Portanto, está aberta a temporada em que a natureza das ideias adquire uma característica poderosa: a autoconfiança em prol de algo que está para além de nós.

 

Se a luz do Sol não inaugura o dia, a humanidade entra em colapso.

 

Se a leoa titubear, não come – nem ela, nem as crias.

 

O leão, se duvidar da própria força, perde o território. Ele e o bando.

 

Se o Sol não nasce, não há vida.

Se um felino perde a confiança, todos perdem.

 

O fogo leonino é o que pulsa a vida e é preciso coragem para exibir tamanha exuberância. Vaidade é fingir que não vê. É preciso coragem para ser o que se é! E é preciso cuidado quando a coragem engole o benefício da dúvida. Paradoxal, não? Tão mercurial! Mercúrio ganha uma juba exuberante, porém, quase impenetrável. A coragem não vem só ao conhecer a própria força, mas as próprias dores. Enquanto não se sabe onde o calo dói, qualquer crítica mina toda sua potência majestosa. Não existe crítica construtiva se não soubermos o que construir com ela. Não adianta ter as ferramentas, se não soubermos usá-las. Não adianta ter um Conselho, se o rei não ouve ninguém. Não adianta ter uma rede de apoio, se não aceitamos ajuda. Ceder à opinião alheia é saber onde encaixá-la para que nosso castelo não ceda. E aprender é tão mercurial, não?

 

[Continua nos comentários]

 

O tempo “ruge”, vejam só! Logo menos, Mercúrio entra em casa. Mas, até lá, veste a roupa do rei e finge ser o centro das atenções, brinca de confiar no próprio taco.

Arte: @senegambia81