Muito além dos literais “leãozinho” e “eu sou um Leão de fogo, sem ti me consumiria”.

Muito além dos literais “leãozinho” e “eu sou um Leão de fogo, sem ti me consumiria”. Caetano é exímio representante da espécime leonina também na “coragem grande de poder dizer sim”. Leonino do dedão até o último fio de cabelo. Na originalidade das suas composições. Leão imita o Sol, o Sol é único, nada se parece com o Sol, assim como nada se parece com Caetano e então fechamos o ciclo de analogias. Leão é Sol que é Caetano que é Leão. No fervilhante tambor da Bahia, o dedilhar das mais doces melodias. O calor no peito. Entusiasmo. Vontade de viver. No Sol de quase dezembro. Eu vou. Por que não? Muito mais útil e pleno é conhecer os vestígios que o céu deixa pra cumprir destino, deitar sob Caetano e se deixar queimar por esse raio encarnado de Sol.

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Luz do sol

Que a folha traga e traduz

Em verde novo

Em folha, em graça, em vida, em força, em luz

 

Céu azul que vem

Até onde os pés tocam a terra

E a terra inspira e exala seus azuis

 

Reza, reza o rio

Córrego pro rio e o rio pro mar

Reza a correnteza, roça a beira, doura a areia

Marcha o homem sobre o chão

Leva no coração uma ferida acesa

Dono do sim e do não

Diante da visão da infinita beleza

Finda por ferir com a mão essa delicadeza

A coisa mais querida, a glória da vida

 

Luz do sol

Que a folha traga e traduz

Em verde novo

Em folha, em graça, em vida, em força, em luz