“Não adianta, de qualquer forma, eu esculacho. Fama de putona só porque como seu macho”. O célebre verso de Tatiana dos Santos Lourenço, a Tati Quebra Barraco, ecoa pelos quatro cantos do país. Em 1995 a cantora surgiu como principal expoente de um gênero musical que se tornaria hegemônico pelas décadas seguintes: o funk putaria ou funk carioca. Coleciona sucessos como “Desce Glamourosa”, “Sou Feia Mas Tô Na Moda”, “Dako é Bom”, “Frango Assado” e “Kabo Kaki”. Tati é um marco na história da música brasileira e até mesmo mundial não só por ser porta voz da batida contagiante, como também por, sendo mulher, favelada e negra, falar de sexo, prazer e beleza em primeira pessoa. A mulher tem direito ao deleite, sim, e se isso parece óbvio hoje, com certeza não o era em meados da década de 1990. E a elegância do seu proceder está justamente no descompromisso com que canta e compõe. Não é feito para ser isso ou aquilo, apenas é. Na simplicidade, elegância e potência de um planeta domiciliado, uma Vênus em Libra, que no seu mapa faz tudo: canta, dança, seduz, exala libido, excita e evidencia que a diferença entre o sexy e o vulgar é artifício de classe. A Libra, o barraco da Vênus, Marte não tem vez. Mas é por tempo limitado. Vênus Balança domiciliada até dia 21 de novembro. Dá lhe um chá da famosa que faz o sujeito perder o rumo.