Os Luminares atravessam águas movimentadas. A Lua se domicilia em Câncer, o que quer dizer que a sensibilidade do mundo está na plenitude de suas funções, mas dessa vez tem algo a mais, um grande algo a mais. Câncer é também signo de Júpiter, o gigante fértil, assim como Peixes, o seu domicílio noturno. O trígono aquático dos luminares faz emergir um tsunami dentro de nós. As horas passam nos compromissos cotidianos, mas por dentro todo mundo tem a chance de saber como é ser um ser das águas, úmida, receptiva, sensível. A vida na correria de sempre e o pisciano e o canceriano de Sol ou de Lua se deslocam por dentro das águas. Aos olhares não atentos, parecem mais lentos. À percepção apurada, são os mais ligeros. Úmidos e verdes como os cronópios de Júlio Cortazar que “quando cantam suas canções preferidas, ficam de tal maneira entusiasmados que frequentemente se deixam atropelar por caminhões e ciclistas, caem da janela e perdem o que tinham nos bolsos e até a conta dos dias”.