Para os antigos mexicas, povo que habitou a região onde hoje é o México, a imagem estampada na Lua é a de um coelho e portanto, como na nossa cultura contemporânea, esta relacionada à fertilidade, à vida e à abundância. A Lua na astrologia também é atravessada por esses significados. Tochtli como era chamado em nahuatl, era uma divindade que correspondia ao oitavo dia do ritual mexica tonalpohualli. Os nascidos nesse dia eram predestinados à opulência, riqueza e à embriaguez. A cada 260 dias, os mexicas celebravam a festa dos deuses do pulque, bebida fermentada embriagante que era considerada afrodisíaca e atribuída ao coelho e à Lua. Conta o mito que Papáztac, para punir Tecuciztécatl (deus do pulque e da embriaguez) por sua falta de coragem, jogou um coelho em sua face, transformando-o em Lua que, como castigo, ficou menos brilhante do que o Sol. O Sol, por sua vez, representava para eles assim como para nós a sobriedade, a vigília e toda a clareza do dia. À noite, à Lua, aos coelhos ficaram o universo onírico da embriaguez e da transgressão.
