Saturno é frio e duro como a morte.

Saturno é frio e duro como a morte. É o mais lento de todos os planetas e por isso o significador do ancião. Saturno é a última esfera, versa sobre o respeito e a hierarquia. Pesa sobre todos os outros deuses, planetas a terra e nós, reles mortais, como uma esfera de chumbo que arca nossa postura diante do destino. Como diz a minha vó, parafraseando a minha bisa, pra tudo se dá jeito, só não tem jeito a morte. É com a sabedoria emprestada das velhas que eu olho humildemente para o céu. Saturno que percorre seu domicílio noturno, Capricórnio, desde o dia 20/12, hoje faz a passagem para Aquário, seu domicílio diurno, onde fica até dia 1/7, voltando para Capricórnio e dele, novamente para Aquário no dia 17/12 onde fica até o dia 7/3 de 2023. Perceba como é lento o passo de Saturno. É por isso que ele rege a rigidez, as instituições, as estruturas. Há meses eu este noticiário afirma que a despeito dos trânsitos breves do dia a dia, todo assunto tem terminado em Saturno, é ele quem vem dando as cartas especialmente depois que Júpiter e Marte em seu território adentraram. No ano que se iniciou há dois dias, Saturno surge no horizonte como quem toma as rédeas da história. Se na última Lunação ele estava na casa 8, hoje, em Aquário, ele está na casa 9. Se apresenta diante dos nossos olhos promovendo mudanças estruturais em tudo o que há sobre a terra. Não é passe de mágica, Saturno não faz nada às pressas. O que só agora percebemos é algo que revira as entranhas do universo há muito mais tempo do que a nossa brevidade pode supor. Quem veio ler este post porque encontra Saturno em Aquário em seu mapa natal certamente está um tanto desapontado e se assim for estas breves palavras alcançaram seu objetivo. Nos não temos importância. Esse é o recado de Saturno para nós desde que o mundo é mundo. Em Aquário, Saturno se alegra porque a qualidade quente e úmida do signo tempera a sua frieza e secura. De Capricórnio para Aquário, Saturno abandona as armas que divide com Marte, e viaja pelo ar nos fazendo perceber a morte e com ela o peso do destino, o que não temos controle e nem saída. Compreendemos o limite e atravessemos essa transição com respeito e dignidade.