Se dedicar à Astrologia, significa estar aberta a uma mudança profunda de paradigma. Astrologia é coisa antiga e coisa antiga sempre exige uma dose de antropologia e por isso mesmo demanda muita disposição e compreensão para se pensar fora da caixinha. Caixinha com X de século XX. Um dos maiores ganhos da modernidade foi o advento da ideia do indivíduo tal qual conhecemos. Paradoxalmente foi também a maior perda. O humano é um primata, um ser social. O céu que sobre todos corre não ilumina só uma face e nem um corpo individualmente. Da mesma forma nem um ser humano é capaz de viver só ou encerrado em si mesmo. A Astrologia foi pensada por muitos, todos em conjunto e sob o mesmo céu e por isso, mesmo um mapa de natividade jamais versa sobre uma pessoa. Fala muito mais sobre o tempo, o instante e a cidade ao redor.
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Hoje tivemos um cazimi de Saturno em Aquário. O próximo só daqui 29 anos. E o que isso afeta a minha vida, é a questão que por hábito imediatamente nos ocorre. Como tudo em astrologia: depende. Se Saturno cuida dos assuntos de casa 11 no seu mapa, por exemplo, mais valioso seria pegar o telefone e ver como isso afeta seus amigos. Se rege a sua 10, ligar para sua mãe ou sua chefe. Se rege a sua 7, o seu cônjuge, se rege a sua 3 o seu irmão, seus vizinhos, tios ou primos e assim por diante. Ufa. Às vezes nem é com você. E nem por isso deixa de ser. Não é sobre isso que falamos tanto no período eleitoral? O cazimi de Saturno, como todos os outros aspectos que ocorrem no céu, provavelmente não é sobre você, é sobre o mundo, mas você é parte dele. Pergunte aos seus como se sentem diante de hoje. Sair do assunto às voltas de si mesmo é uma saúde. Ainda mais hoje.